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Este tema é bastante interessante, pelo menos na minha opinião, e raramente duas pessoas ao discutirem-no conseguem chegar a um consenso, mas deixo aqui o que acho.

Para quem quer entrar na faculdade, ensino regular. Olhem para os relatórios da DGES. 80-98% dos alunos aceites na maior parte dos cursos vem do ensino regular na maior parte dos casos. Como aluno que começa agora o 12º ano do ensino regular num Curso Cientifico-Humanístico de Ciências e Tecnologias (adoro o nome :$), só posso dizer que estou satisfeito com o que escolhi há 2 anos. Tenciono entrar na Faculdade e é claro que este é o caminho a seguir. Quero entrar em Engenharia informática. Na FEUP de preferência (médias altas). Agora imaginem se tivesse ido por um curso profissional. Se calhar estava melhor preparado para os conteúdos (do princípio) do curso, mas difícil ia ser entrar lá. Exames de _Português e Matemática A_ ou FQA e Matemática A_. Não ia ser pêra doce tirar uma nota decente nestes exames... E não pensem que tirar uma boa média no curso é suficiente. Provavelmente acabo e secundário com média de 17.5 a 18.3. Acham que se tirar 13 nos exames entro? Claro que não... Se calhar entro no ISEP, mas mesmo aí, 80-90% dos alunos que entram vêm do C60. Para além desta confusão toda de exames e candidaturas e faculdades e médias, há a parte agradável do ensino regular. Temos mais tempo livre e mais para estudar, o que constitui um apelo à nossa responsabilidade. Depois mudamos de colegas facilmente, o que na óptica de alguns (e.g. na minha) é bom. Obrigatoriamente fazemos exames nacionais, mais responsabilidade. Enfim, acho que nos prepara melhor como pessoas. Há quem diga que é desperdício de tempo; eu discordo. Por exemplo, durante dois anos tive GDA (como os de artes) em vez de Biologia e Geologia e adorei. Tive boas notas à disciplina e no exame e tenho uma capacidade de visualização no espaço que muita gente não tem. Tempo desperdiçado? Não me parece. Prefiro encarar isto como conhecimento paralelo que vamos acumulando ao longo da nossa vida e que, mais cedo ou mais tarde, pode ser útil.


Então para que servem os cursos profissionais?

Resposta curta:

Para quem tem pressa.

Resposta longa:

Os cursos profissionais têm como objetivo poupar os alunos de 3, 4, 5 anos na faculdade ou no politécnico, whatever. Desta forma, permitem que os alunos, em 3 anos, aprendam tudo o que precisam para desempenharem uma profissão (muito específica) durante o resto da vida. Na minha opinião isto é bastante limitativo. Pode ser uma vantagem para quem tem urgência em começar a trabalhar (e.g. por questões financeiras) mas é certamente uma desvantagem na medida em que é muito prático e se for apresentada uma situação diferente a um aluno que tenha terminado os seus estudos com este curso, é possível que ele não saiba como se desenrascar. Esta é a grande diferença entre um aluno de um CP e um aluno que tenha estudado numa faculdade. Os alunos que vêm da faculdade podem não saber fazer muito, mas têm a teoria para aprender a fazer o que for preciso e para se adaptarem quando houver necessidade. Acho ainda que não vale a pena dizerem que vão para um curso profissional porque não tiram boas notas porque isso das notas só depende de nós, e se nos esforçarmos, podemos todos ser doutores. Podemos é não ir a tempo...


É a minha opinião.